20 de novembro de 2011


Jornalismo Preventivo: cidadania no agendamento internacional

Confira agora o podcast sobre Jornalismo Preventivo, corrente surgida em 2003, na Espanha. Diversos estudos foram realizados na Universidad Compultense de Madri, no qual a prática foi consolidada. Hoje, cada vez mais essa forma de cobertura está presente em veículos que promovem comunicação alternativa, popular e social. 







Alguns sites citados: 
A mídia brasileira e a América Latina



Este blog tem como objetivo retratar a América Latina no contexto midiático. Pensando na visão que a mídia brasileira tem sobre a AL, buscamos retratar, um pouco que seja, como os nossos vizinhos são vistos e abordados no cenário midiático nacional.

Pesquisando sobre o tema, descobrimos um livro de 2005 escrito pelo jornalista Mário Augusto Jakobskind, que traz exatamente essa discussão a respeito da mídia brasileira e como ela traduz os países "latinos".

"América que não está na mídia", é um livro composto por 31 artigos de análise sobre essa visão na mídia brasileira. O jornalista enaltece algumas questões que são interessantes a se pensar. Em um dos capítulos do livro, ele classifica a mídia brasileira como aquela do "pensamento único, que posa de imparcial".

O fato de alguns países da América do Sul terem esse apelo aos movimentos sociais, é tratado pela mídia conservadora de forma "preconceituosa, levando a opinião pública a encarar esses movimentos de um modo marginalizado".

A imagem de Hugo Chávez na imprensa brasileira pode nos servir de exemplo. Em um artigo intitulado "A imagem de Hugo Chávez na imprensa brasileira: estudo de caso dos jornais Folha de S.Paulo e Correiro Brasiliense", a autora Isabel Cristina Fleck da Universidade de Brasília (UnB), descreve que a mídia nacional tem retratado atualmente cada vez mais fatos relacionados ao presidente venezuelano e que isso ocorre devido a crescente relação política do líder social.

Que a imprensa retrata Chávez como ditador, populista, na maioria das vezes pautando o lado negativo. Isso nos remete ao que disse Jakobskind desse falso imparcialismo ao mesmo tempo em que a mídia possui um controle da sociedade, através da manipulação da informação e da construção da imagem pública.
O interessante é perceber como o Brasil se vê "desligado" socialmente dos países vizinhos. A América Latina ocupa um espaço pequeno no noticiário e quando o faz, é sempre de forma reduzida. Isso acontece, segundo Jakobskind, pelo fato de "estarmos" sempre voltados para as agências de notícias internacionais, em que a informação vem fragmentada.

Pensamento único ou não, fato é que o espaço da América Latina na imprensa nacional é constante porém pequeno. Está sempre voltado para os assuntos políticos e econômicos e isso, por si só, já torna a abordagem complexa.

19 de novembro de 2011

Drama Latino?

Se você estiver numa tarde da semana em casa e ligar a TV no canal SBT, vai ver que a emissora está reprisando a novela mexicana Marimar. Estrelada pela atriz e cantora Thalia, o folhetim faz parte de uma gama de produções latinas que ocuparam e ainda ocupam espaço na TV brasileira.

Conhecidas por seus "dramalhões" essas novelas despertam opiniões diferentes, na maioria preconceituosas. São conhecidas por apresentarem características "cafonas", em que a mocinha pobre se apaixona pelo rapaz rico. O mesmo enredo, o apelo ao drama e ao exagero, marcam essas produções e aumentam as críticas e adversidades sobre elas.

Historicamente, as novelas latinas começaram a se proliferar no Brasil em 1982, com a produção Os Ricos Também Choram e Chispita em 1983. Os maiores sucessos são o humorístico Chaves e a novela infanto-juvenil Carrossel (1991). A geração dos anos 90 deve se lembrar dessa produção que rendeu muitos pontos de audiência ao SBT.

Desde então não só a emissora de Silvio Santos, mas também a Record e a Rede TV! entraram nesse mercado e começaram a transmitir novelas de outros países da América do Sul, como a colombiana "Betty, a feia" sucesso em 2002.

O interessante é pensar o porque essas produções fazem tanto sucesso e ao mesmo tempo são vítimas de preconceito e deboches. Se pensarmos na telenovela brasileira, elas também não apresentam alguns "deslizes"?

Isadora Schmitt no Canal da Imprensa, escreveu que as novelas brasileiras são referência no mundo inteiro e possuem mais qualidade nos enredos e nas produções, do que as novelas estrangeiras. Talvez o posicionamento da autora esteja correto, já que no Brasil a maior produtora do gênero é a Rede Globo, que com todo seu poder consegue efetuar grandes produções e atingir diretamente o telespectador.

Mas o fato de mostrar uma realidade que não existe, ou até mesmo tentar retratar essa realidade de modo utópico, não torna essas novelas piores? Essa indagação é feita por Isadora, e nos remete a pensar no efeito social que essas produções causam na sociedade em geral.

Na revista Panorama, o autor Marcílio Moraes ressalta que as telenovelas brasileiras buscam uma conotação cultural mais acentuada aos produtos, enquanto que as outras produções latinas, fazem o que ele denomina como um "genérico" de telenovela, sendo direcionada diretamente a dona de casa, que é o maior público desse gênero.

A questão é levantar pontos a respeito desses gêneros e da conceituação feita sobre eles. Por mais críticos ou ruim que sejam, as novelas mexicanas fazem parte da teledramartugia nacional, seja na reprise de Marimar, ou nas adaptações como em Chiquititas. Fato é que o "drama latino" também está presente na produção nacional. Talvez o preconceito venha partir da nossa ideia de país "independente", que não se reconhece também como latino. Será?

Abaixo vídeo da abertura da novela Maria do Bairro, sucesso no Brasil, que apresenta todos os aspectos característicos das produções de outros países latinos, que bregas ou não, chamam a atenção do público.